[Resenha] Bleed From Within – Shrine

Bleed from Within – Shrine
(Shinigami Records – nacional)

Por Clovis Roman

O quinteto escocês Bleed From Within tem mais de 15 anos de existência e aposta na vertente do metalcore, portanto, é um som mais moderno e agressivo, apesar de abrir espaços estratégicos para melodias inteligentes e até uma pitada ou duas de algo mais acessível.

“Stand Down” traz elementos que podem ir de encontro a fãs de Hatebreed, porém o trecho final é mais brando, melodico e com vozes limpas, criando um contraste interessante. Os arranjos orquestrais dão o toque final na faixa, a melhor de todo o disco, de longe.

Esta fórmula já havia ficado evidente faixas antes, como na abertura “I Am Damnation”, com partes para banguear, outras para sair batendo em geral e mais algumas para cantar junto com certa emoção. Como um cartão de visitas, esta música já deixa claro o que será ouvido nos quase 48 minutos do CD. As seguintes, “Sovereign” e “Levitate” mantém a pegada, e esta última conta com orquestrações discretas e versos com vocal limpo irresistíveis.

Com tudo devidamente apresentado, “Flesh and Stone” choca com uma cavernosa intro black metal sinfônico, com blast beat e tudo. Segundos mais tarde, esta é deixada de lado para mais um som furioso de metalcore. Os blast beats voltam ali e acolá no decorrer da canção. Ambas estas partes são sensacionais, apenas não conversam entre si. Um interlúdio em faixa separada seria o ideal.

Mais adornada com sonoridades do nu-metal, “Invisible Enemy” se destaca mais apenas no refrão, soando como um filler no restante. Quando investe na agressividade e velocidade do hardcore, a banda atinge os ápices deste disco, como na colossal “Shapeshifter”. Mais apoteótica, “Paradise” encerra bem o álbum, que segue os passos de Fracture (2020) e deixa para trás os menos cotados Uprising (2013) e Era (2018).

Uma paulada metalcore de respeito, para fãs de The Black Dahlia Murder, Caliban e Heaven Shall Burn, até mesmo Hatebreed. Fúria cavalar com andamentos moderados e pesados como concreto na cara, e melodias apoteóticas para serem cantadas nos shows. Fórmula certeira e violenta.

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