28 de outubro de 2022
Live Curitiba
Curitiba/PR
Por Clovis Roman
Grandes representantes da música brasileira, surgidos e alicerçados em décadas distintas, Pitty e Nando Reis uniram forças em uma turnê que revisita seus catálogos, focando nos grandes hits que forjaram ao longo dos anos. A união da dupla resultou em casa cheia e muita empolgação pelo público, cuja idade variava de adolescentes a jovens quarentões e quarentonas.
Após a exibição de um vídeo no telão (assista acima), as estrelas da noite sobem ao palco, um de cada lado, e com um gesto, se cumprimentam e saúdam o público, este, logo atingido pelo rock vigoroso de “Admirável Chip Novo”, faixa-homônima e segundo single do álbum de estreia de Pitty, que a imediatamente alavancou ao mainstream. Este sucesso atemporal veio logo após a canção inédita “Pittynando”.
Durante a apresentação, Pitty teve outras de Anacrônico apresentadas, como “Deja Vú”, a imponente “Memórias” e a belíssima “Na Sua Estante” (com Nando dominando a primeira parte), um dos mais tocantes momentos de uma apresentação que manteve o público atento por todo o tempo. Na maioria das músicas, a galera cantava junto todos os versos, não apenas os refrões.
Do registro de estreia de Pitty, Admirável Chip Novo, o público conferiu a faixa-título, “Máscara”, “Equalize”, “Temporal” (cantada por Nando Reis), a apoteótica “Semana que Vem” (uma pérola do catálogo da artista) e “Teto de Vidro”, esta última com um arranjo mais suave que tirou um tanto de sua força. A balada “Equalize” foi cantada pelos dois. Ou melhor, por todos os presentes na Live Curitiba, em outro grande momento da noite.
Inclusive, os arranjos, em geral, parecem ter sido feitos para conversar com o estilo de Nando Reis, tirando um pouco da aspereza das originais gravadas pela cantora baiana. Apenas diferente, não melhor ou pior. O público, em todo caso, pouco se importou.
Das canções de Nando Reis, uma enxurrada de hits como “All Star” (cantada por Pitty), “Por Onde Andei” (lançada no MTV ao Vivo: Nando Reis e Os Infernais) e “Mantra”, além de material da época de Titãs, como “Marvin” (com um arranjo baseado no reggae, vindo colada em Te Conecta”, material mais recente de Pitty que rolou na mesma pegada) e “Não Vou Me Adaptar”, com a dupla empolgadíssima em cima do palco. Em suas performances individuais, Pitty cantou divinamente, como nunca antes, enquanto Nando Reis foi muito simpático, empunhando seu indefectível violão em canções chave.
Para a parte final, brilharam “Me Adora”, com direito a pausa no refrão para os fãs cantarem em alto e bom som, “Relicário” e “Máscara”, que se encerrou de maneira apoteótica e ruidosa, com Nando e Pitty se abraçando.
O breve retorno para o encore veio com “O Segundo Sol”, brilhante como o próprio corpo celeste, a já citada “Mantra” e “Serpente”, o highlight do álbum SETEVIDAS, de Pitty (2014). Foram 26 músicas apresentadas, a maioria em formato medley, com Pitty e Nando se revezando em várias delas. Algumas da Pitty, ele cantou, assim como ela interpretou canções do ruivão.
O show da turnê “As Suas, as Minhas e as Nossas” apresenta um formato interessante, que passa ao público uma sensação de união e celebração de duas carreiras sólidas e de importância inegável para a boa música feita no Brasil. O resultado final desta fórmula foi uma noite sublime.
Repertório
PittyNando
Admirável Chip Novo
Do seu Lado
Memórias
Me Diga
Sou Dela
Semana que Vem
Os Cegos do Castelo
Na sua Estante
All Star
Temporal
Por Onde Andei
Equalize
Resposta
Déjà Vu
Te Conecta
Marvin
Luz dos Olhos
Teto de Vidro
Relicário
Me adora
Máscara
Não vou me adaptar
O Segundo Sol
Mantra
Serpente


















