[Resenha] Seventh Storm – Maledictus

Seventh Storm – Maledictus
(Shinigami Records / nacional)

Material gentilmente enviado por Shinigami Records

Por Clovis Roman

Visando novos horizontes musicais, o baterista Mike Gaspar criou o Seventh Storm, no qual aplica uma vasta gama de influências, que vão de nomes importantes do estilo a outros fora desse território. Após quase trinta anos nas baquetas do gigante Moonspell, agora o músico toca, primordialmente, metal, apesar de vez ou outra o som esbarrar em seu antigo grupo, algo bastante entendível, inclusive.

O título da primeira música passou um sentimento de incerteza: “Pirates Curse” parece título de faixa daquelas bandas abobalhadas e fanfarronas, mas graças aos deuses do metal, Gaspar e sua turma passam longe do lodo deste terreno pantanoso. A canção é bastante classuda, com breves elementos folk, mas com uma aura mais densa e séria. Chega a lembrar o Amorphis em alguns lampejos. Outro fator diferencial é o excelente vocalista Rez (Marco Resende), com um timbre agradável e interpretação vigorosa.

Apesar do título, “Saudade” não tem nada de balada – e é cantada em inglês. É um heavy apoteótico, com partes pesadas e bateria bastante evidente. Ao final do CD, há outras três versões desta canção: uma em português (elétrica e acústica) e outra em inglês, acústica. O maluco interlúdio “Sarpanit” abre espaço para a extensa “Gods of Babylon”, que entra em um blast-beat inesperado, mostrando que Maledictus não é um disco previsível ou preso em uma fórmula. Os riffs modernosos mais a frente reforçam esta impressão.

Ecoando reminiscências de Moonspell, apesar do apelo mais heavy, “The Reckoning” tem um ar denso, transbordando partes e elementos de densisade similar, aliados ao trabalho classudo e variado do baterista Mike Gaspar, sem contar o vocalista Rez, que encarna Tom Englund. Os sete minutos da canção parecem passar muito mais rápido do que de fato duram.

Também bastante variada, se destacam as partes com vocais limpos em “Inferno Rising”, que passeia pelo prog, doom, heavy e ecoa faíscas de black metal. A mais curta da tracklist regular, “Seventh”, com apenas 5’42”, carrega consigo algo suavemente mais acessível, com melodias ganchudas nos vocais e instrumental menos frenético, até mesmo nos momentos mais pesados dentro de seu próprio universo. As partes mais lentas aqui, na metade final, reluzem.

Crescendo aos poucos, “My Redemption” assusta ao passar do cadenciado ao blast-beat, e então ao hard rock e por aí vai, em poucos segundos. Pode parecer uma costura de retalhos, mas todos os elementos tem seu propósito. Novamente os vocais brilham, com uma interpretação variada e com feeling, sem exageros técnicos.

O álbum conta com músicas longas porém dinâmicas, que rondam os sete minutos de duração em média. Pode afastar aqueles mais apressados, mas recompensa com sobras aqueles que se propõe a fazer a imersão completa em Maledictus.

Aplicando a experiência adquirida em três décadas de carreira, Gaspar aqui criou algo que vem do âmago, e atinge o mesmo do outro lado da ponta. Nasce o novo gigante do metal português.

Compre o CD: https://www.lojashinigamirecords.com.br/p-9492395-Seventh-Storm—Maledictus

Músicas

  1. Pirate’s Curse
  2. Saudade (English version)
  3. Sarpanit
  4. Gods of Babylon
  5. The Reckoning
  6. Inferno Rising
  7. Seventh
  8. My Redemption
  9. Haunted Sea
  10. Saudade (Acoustic) (English version)
  11. Saudade (Acoustic) (Portuguese version)
  12. Saudade (Portuguese version)

Foto: Diogo Branco/Divulgação

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