Low Levels of Serotonin – In the Entrails of my Mind
(Heavy Metal Rock – nacional)
por Clovis Roman
O Low Levels of Serotonin é uma banda de Americana/SP, fundada em 2017 e formada por Willian Gonçalves (ex-Desdominus), responsável pelos instrumentos e vozes, e por Guilherme Malosso, vocalista. O foco principal é o doom metal, sempre celebrando o sombrio e o lúgubre. Este In the Entrails of My Mind é o segundo álbum, o sucessor de Katharsis (2019).
O disco começa com uma breve intro, que serve para criar um clima, sem muita afetação, guiando para “O Último Anseio”, com início arrastado e tétrico, que constrói sem pressa seus alicerces no terreno do doom. Esta é a única faixa em português do disco.
A seguinte, “My Piece of Shade”, mantém o ar taciturno, com belos fraseados de guitarra e partes análogas ao black metal. O fim abrupto causa uma sensação de incômodo num primeiro momento, e abre caminho para “Lost in Time”, cuja parte instrumental introdutória remete ao Paradise Lost, e exala reminiscencias de Opeth em seu decorrer. As partes intrincadas e os teclados bem encaixados são um saudável complemento.
Como um interlúdio, “Coming Home” é uma bela música instrumental, o que é alentador. Não fazer faixas atmosféricas maçantes que quebram o ritmo da audição, soma muitos pontos ao produto final. Aqui temos apenas a introdução do CD (que é ótima e, neste cenário, necessária), e depois, música em toda sua plenitude.
Com urros cavernosos profundos e ásperos, “Hazy Days” começa arrastada, como manda a cartilha do doom metal, mas 80 segundos mais tarde a faixa muda abruptamente para algo mais veloz e com guturais mais abertos, com uma boa sequência instrumental. Por volta dos três minutos, a parte inicial retorna, mais uma vez sem aviso prévio. Poderiam ser duas músicas distintas.
Outra que remete ao Paradise Lost dos anos 1990 é “Inner Blast”, com algo de thrash metal nos riffs de guitarra e algumas partes mais rápidas coadunantes com o death metal. A obra chega ao fim com “Silent Rhymes of Sorrow”, com vocais limpos e guturais em dueto e clima tenso. Os versos que falam “sobre como me tornei alguém tão frio” são condizentes, afinal, esta frieza se espande e afeta o coração de quem ouve este álbum. As canções são todas relativamente curtas, portanto, não há excessos e repetições cansativas.
O lúgubre jamais perde protagonismo nas oito faixas de In The Entrails of My Mind, soando como uma homenagem funesta à tristeza e ao sofrimento. A produção um tanto magra não dá a amplitude sonora e ambientação necessárias ao estilo, todavia não é um elemento que prejudica severamente o material.
Em tempo: A arte da capa deste álbum também foi usada no single do artista Chakuza, intitulado Mein Kopf Mein Herz.
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Músicas
1- Intro
2- Um último Anseio
3- My Piece Of Shade
4- Lost In Time
5- Coming Home
6- Hazy Days
7- Inner Blast
8- Silent Rhymes of Sorrow

