[Resenha] Eleine – Acoustic in Hell

Eleine – Acoustic in Hell
(Shinigami Records – nacional)

Por Clovis Roman

A banda sueca de dark symphonic metal Eleine, pela primeira vez, deixa a grandiosidade pomposa do estilo de lado para apresentar um material mais brando, conduzido por percussão minimalista e violões. Nesta configuração, a música ganha novos contornos, e evidencia a voz cristalina de Madeleine “Eleine” Liljestam.

A parte instrumental, no geral, é muito bem adaptada, fazendo tudo fluir de maneira bastante natural. A bela “Memoriam” é um grande exemplo disto, pois ficou mais amena sem descaracterizar sua estrutura. O ponto que desvia um pouco são os vocais guturais do também guitarrista Rikard Ekberg, que aparecem bastante em “Whisper My Child”, justamente a primeira do CD. Causa estranheza de primeira, mas a cada nova audição estas intervenções cavernosas vão ficando mais naturais aos nossos ouvidos. Todavia, em “Ava of Death”, as vozes masculinas limpas casam muito melhor. Há um ou outro urro gutural, mas é só um complemento.

Quatro das oito músicas deste apinhado EP são oriundas do último álbum completo de estúdio do Eleine, Dancing in Hell. Daí, inclusive, deriva o título Acoustic in Hell. Outras três são do Until the End (2018) e a outra, “Death Incarnate”, a mais pesada de todas, é do debut autointitulado, de 2015.

Sobre trabalhar nestas novas roupagens, Ekberg explicou: “O mais importante para nós era manter nessas versões a essência do nosso Metal, mantê-lo cru e autêntico. Há peso em nossa música e era importante não torná-la superproduzida e fofa quando tiver essa oportunidade”.

Por mais que algumas faixas pareçam ter sido compostas já neste formato desplugado, é inegável que o Eleine logrou êxito nesta empreitada, pois até as músicas originalmente mais pesadas ganharam uma roupagem orgânica e condizente. Tanto que, após a criação e adaptação dos arranjos, ao entrar no estúdio, levaram apenas uma semana para gravar tudo. A cantora Madeleine matou suas partes – das oito músicas – em apenas três horas. Prova que polir tudo de maneira excessiva nem sempre é o melhor caminho. Esta agilidade toda resultou em algo bastante natural e adiciona um prazer extra à audição do EP.

O Eleine surgiu em 2014 e tem três álbuns de estúdio. Este novo EP saiu no Brasil pela Shinigami Records. Seja com os instrumentos elétricos plugados, seja com violões, o Eleine entrega momentos dignos de apreciação pelos fãs de metal sinfônico.

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