Medjay – Cleopatra VII
Por Clovis Roman
A banda mineira Medjay surgiu em 2018, com o propósito de explorar lírica e musicalmente a rica história da civilização egípcia. O debut veio em 2020, intitulado Sandstorm. Agora em 2022 veio o sucessor, Cleopatra VII.
“Stargate” é uma intro complexa, cheia de mudanças e ambientes, que nos leva a “Shemagh in Blood”, com forte apelo sinfônico nos arranjos e riffs heavy/thrash bastante convincentes. A riqueza da composição impressiona e convence.
Mais apoiada no power metal, mas ainda com coros pontuais, “Warrior People” adiciona um pouco mais de vibração à audição. A parte final adiciona um toque meio Amorphis aos arranjos. Pavimentando caminho, vem a cadenciada “Mask of Anubis”, com excertos da música do oriente médio, um tempero que surge constantemente no decorrer do disco. O trecho mais veloz no meio da canção é excelente, e poderia ter sido mais explorado.
Sobre a história de assassinato e posterior usurpação do trono do antigo Egito, “Osiris and Seth” segue a pegada da antecessora, porém com o advento de melodias vocais mais inquietantes, no bom sentido do adjetivo. Como portadora do título do álbum, “Cleopatra VII” cresce majestosa, assim como sua personagem, com uma pomposidade bem dosada e mais elementos do oriente, que são o grande trunfo e diferencial da canção.
A epopeica “The Magic of Isis” não tem instrumentos elétricos, forjando um momento inesperado e inspirado da obra, com ares cinematográficos. A canção conta com a participação de Oula Al-Saguir, que também aparece na faixa-título. O metal volta a ser um protagonista em “Sarcophagus” uma das melhores do tracklist, com uma brilhante participação de Mayara Puertas, vocalista do Torture Squad. Segue-se “Ankhesenamon”, uma história de amor com cenário egípcio.
A trinca final, “Book of the Dead”, “Return of the Medjay” e a grandiosa “The Boat of Ra” usam das mesmas referências das anteriores, sem maiores surpresas, mas com muita qualidade.
Com tanta riqueza e pomposidade das faixas, um vocal mais dinâmico seria mais efetivo. No fim das contas, a audição de Cleopatra VI é bastante agradável do começo ao fim, mas este ponto poderia ser, sim, mais bem trabalhado. A duração do CD é consideravelmente maior que o debut (são cinco faixas e quase 25 minutos a mais), uma manobra arriscada, mas que o Medjay conseguiu atender. Se tiver a oportunidade, ouça este disco e confira os caras ao vivo caso eles passem por perto de você.
Músicas
01- Stargate
02- Shemagh In Blood
03- Warrior People
04- Mask Of Anubis
05- Osiris And Seth
06- Cleopatra VII
07- The Magic Of Isis
08- Sarcophagus
09- Ankhesenamon
10- Book Of The Dead
11- Return Of The Medjay
12- The Boat Of Ra
Fotos: Reprodução (foto sem crédito)

