[Resenha] Meshuggah – Koloss

Meshuggah – Koloss
(Shinigami Records – nacional)

Por Clovis Roman

O Meshuggah foi fundado há muito tempo, no final dos anos 1980. Desde suas primeiras demos e primeiros álbuns até o momento em que Koloss foi colocado nas prateleiras, o som foi ganhando contornos cada vez mais técnicos e quebrados, forjando o djent metal. O sétimo álbum de inéditas do conjunto sueco é gélido, pesado e pouco convencional. Foi a turnê dele que os trouxe pela primeira vez ao Brasil, em um show robótico e tecnicamente perfeito no palco do Carioca Club, que não fica no Rio de Janeiro, mas sim, em São Paulo. Aquele dia 16 de novembro de 2013 jamais será esquecido por aqueles que o testemunharam.

A proposta do Meshuggah, como eles mesmos já declararam em entrevistas, é ser matematicamente preciso, focar com a experimentação, todavia, sem perder foco no peso e agressividade. Em Koloss, eles mostram que não se perderam na busca de seus objetivos. No bloco final do CD, “Swarm”, por exemplo, jamais pode ser chamada de uma música convencional. Os andamentos tortos e os vocais que parecem estar em um universo paralelo criam uma sonoridade hermética e única, coisa que seguem fazendo até hoje, mais de uma década do lançamento de Koloss.

A dobradinha incial com a colossal “I Am Colossus”, com passagens mais frenéticas mescladas a partes agonizantes e intrincadas, e ” The Demon’s Name is Surveillance”, um death/djent bastante groovado, ao mesmo tempo frio, eleva o jogo logo de cara.

Com destaque para o solo, “Do Not Look Down” apresenta o djent característico do grupo, enquanto “Behind the Sun” se agiganta com sua afinação baixa e velocidade quase negativa. Lá pela metade, ela traz momentos mais rápidos, envolvendo por completo o ouvinte.

O transe logo é interrompido com o início de “The Hurt That Finds You First”, com um som de bateria mais seco que quebra o ritmo e surpreende, até mesmo pelo andamento mais reto. No decorrer da faixa, o som da bateria muda quando entra uma parte mais cadenciada. A finalização, com lentos acordes, dá um respiro ao peso opressor do trabalho.

O grande destaque é “Marrow”, com uma cadência mais agitada – sem abrir mão dos riffs arrastados e quebrados – e com excelentes solos. A competência de todos os músicos está acima de qualquer suspeita, todavia, a performance do baterista Tomas Haake em “Break Those Bones Whose Sinews Gave It Motion” é digna de aplausos. Ainda mais agressiva, “Demiurge” se destaca em um cenário no qual não há pontos baixos.

Em geral, Koloss apresenta uma sequência do aclamado Obzen, porém com mais foco na quebradeira e andamentos lentos. Após 11 anos, o álbum volta ao mercado brasileiro pela Shinigami Recorda, em formato digipack luxuoso. Além da embalagem de altíssima qualidade de papel e impressão, ainda há a contracapa erxtra traseira para, aqueles que quiserem, colocar o CD e a capa principal em uma caixinha convencional de acrílico, o que pode preservar o digipack por mais tempo. Golaço.

Compre o CD: https://www.lojashinigamirecords.com.br/p-9494099-Meshuggah—Koloss-2022-[DIGIPACK-C_-CONTRACAPA-EXTRA]

Músicas

  1. I Am Colossus
  2. The Demon’s Name Is Surveillance
  3. Do Not Look Down
  4. Behind The Sun
  5. The Hurt That Finds You First
  6. Marrow
  7. Break Those Bones Who Sinews Gave It Motion
  8. Swarm
  9. Demiurge
  10. The Last Vigil

Deixe um comentário