[Cobertura] Bad Religion em Curitiba: Teria como ter sido melhor?

Bad Religion
01 de dezembro de 2023
Live Curitiba
Curitiba/PR

por Clovis Roman
fotos por Vinicius Grosbelli

O Bad Religion é nome mais importante do punk rock ainda em atividade. De longe. São quase 45 anos de estrada, 17 álbuns de estúdio e turnês intermináveis por todo o mundo. O grupo, que tem no vocalista Greg Graffin sua figura central, mesmo com tantas mudanças de formação, segue forte e coeso em cima do palco.

Bad Religion (foto: Vinicius Grosbelli).

O Brasil é um dos grandes mercados da banda, tanto que, de acordo com o setlist.fm, foram 37 shows em 13 diferentes vindas ao país, desde 1996. Foram um pouco mais econômicos na quantidade de músicas apresentadas. Como número de abertura do The Offspring em 2019, tocaram 24 músicas. Nessa última vinda, foram 26, como headliners. Em 2014, tocaram 31 músicas. A menor quantidade, todavia, não diminuiu o poder de fogo do quinteto, que revisitou praticamente todos os álbuns em um repertório abrangente e certeiro.

Bad Religion (foto: Vinicius Grosbelli).

Às 22h05, sobem ao palco Graffin, os guitarristas Brian Baker e Mike Dimkich, o baixista Jay Bentley e o baterista Jamie Miller, abrindo com a cadenciada “The Defense”, que soa bem mais raivosa ao vivo, com um refrão memorável. A casa, lotadíssima, cantou junto “I won’t resign before the struggle ends. So I’ll construct this sound defense”.

Bad Religion (foto: Vinicius Grosbelli).

Outra que ganha novos ares ao vivo é “Against the Grain”, que veio na sequência. A essa altura, a galera já estava se quebrando no meio da pista, mesmo que o som ainda estivesse bastante baixo e abafado. Era possível conversar com a pessoa ao lado sem precisar gritar. Após algumas canções, houve uma melhora, mas ainda insatisfatória. A comunicação com a plateia era mínima, pois os caras focam em despejar toneladas de canções a velocidade da luz, como “Do What You Want”, “Recipe for Hate”, “21st Century (Digital Boy)” e Sorrow”, entre tantas outras.

Bad Religion (foto: Vinicius Grosbelli).

Entre os destaques de um setlist primoroso, “Anesthesia”, a grudenta “Infected”, a veloz “No Control” e “Beyond Electric Dreams”, todas na primeira parte do concerto. Em relação aos shows anteriores, “Fuck Armageddon… This Is Hell” foi antecipada, vindo após sua irmã “Fuck You”, o que abriu espaço para “Punk Rock Song”, a grande supresa, que encerrou a apresentação. Na volta para o encore, o público reuniu suas últimas energias para se quebrar com “Generator” e o hit mor da banda, “American Jesus”, que merecia um volume muito mais alto do que ouvimos essa noite. Ainda brincaram com um trecho de “The Boys Are Back in Town”, do Thin Lizzy, depois que Griffin saiu do palco. O Bad Religion é o Napalm Death do punk rock. Músicas curtas e diretas ao ponto, com uma energia incessante. Referente a pergunta do título, que parafraseia o álbum de estreia, a resposta é: não.

Bad Religion (foto: Vinicius Grosbelli).

Repertório

The Defense
Against the Grain
Past Is Dead
Anesthesia
Wrong Way Kids
Los Angeles Is Burning
We’re Only Gonna Die
Requiem for Dissent
Infected
My Sanity
Beyond Electric Dreams
Delirium of Disorder
No Control
Do What You Want
Recipe for Hate
Fuck You
Fuck Armageddon… This Is Hell
21st Century (Digital Boy)
Drunk Sincerity
Candidate
I Want to Conquer the World
Sorrow
You
Punk Rock Song
Generator
American Jesus

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