[Cobertura] Master: Veloz na música e no tempo de palco

Master
17 de abril de 2024
Basement Cultural
Curitiba/PR

Por Clovis Roman

Após dez anos da primeira e única visita da banda americana a Curitiba, o trio Master subiu no palco do Basement Cultural, na região central da cidade, para uma apresentação enxuta. A banda chegou à cidade um dia antes, e deu um rolê nos bares da região.

No dia do show, uma das bandas que ficou responsável pela abertura da noite foi o Escarnium, com um death metal com harmonias dissonantes, passagens lentas eventuais, tendo, primordialmente, momentos velozes e brutais. O backing vocal do baixista é similar ao do vocal principal, mas a dinâmica é boa. Pouca comunicação com o público. Um som até mesmo homogêneo, mas que cumpre sua função.

Escarnium (foto: Clovis Roman).

O Ethel Hunter iniciou com três músicas do mais recente EP, Chasm Of The Soul (incluindo “No Man is Truly Free”, uma regravação), para na sequência, mandar apenas inéditas, que estarão em um vindouro álbum de estúdio. Mudança total no setlist em relação aos últimos shows que vi deles, o que foi bastante agradável. O material pregresso varia do ótimo ao excelente, mas ouvir material fresco é sempre muito bem-vindo. Pouca movimentação dos músicos, todavia, o tamanho do palco não ajuda.

Ethel Hunter (foto: Clovis Roman).

Master

O volume, relativamente baixo, evitou eficientemente que o som vazasse portas afora do Basement Cultural. Nessa, muitos acabaram perdendo o começo do show do Master com a homônima “Master”, a melhor música da banda, que ganhou ainda mais abrangência com a versão matadora que o Napalm death regravou no álbum de covers Leaders Not Followers II (2004).

O death metal primitivo, com riffs simples, cadencia moderada e com vocais vomitados atraiu um seleto público, que apreciou, em sua maioria, com o balançar dos cabelos ou em estática contemplação. Os americanos seguiram com um repertório focado nos toscos e agressivos Master (1990) e On the Seventh Day God Created… Master (1991). Nisso, vieram bons momentos como a instrumental “Terrorizer”, apesar da enrolação no meio; “Pledge of Alliance”, “Judgement of Will” e “Submerged in Sin”, que esbarra no hardcore; todas no começo. “Vamos seguir no mesmo álbum”, disse o baixista e vocalista Paul Speckmann antes de anunciar a seguinte, “The Used”, outra velharia. No segundo bloco, se destacaram “Funeral Bitch” e a saideira “Pay to Die”, em meios a intervalos muito extensos e interação com o público quase inexistente.

Master (foto: Clovis Roman).

Tendo a sua disposição 14 álbuns de estúdio para montar o setlist, o Master resolveu dar preferência aos antigos discos, o que agradou os fãs mais fiéis, justamente os presentes na casa esta noite. Muita coisa boa ficou de fora, até porque o setlist foi muito curto.

Com um seco “Thank You, good night”, Speckman e banda encerram o show com apenas doze músicas. A seleção dessas foi boa, todavia, faltou um pouco mais de energia, e até mesmo tempo de duração. Mais uns dez ou quinze minutos no palco teriam feito uma diferença considerável. No fim das contas, valeu a pena para ver um grande nome do death metal underground novamente na cidade, e para apreciar duas bandas de ótima qualidade do cenário brasileiro.

Confira as fotos (por Clovis Roman):

Deixe um comentário