Summer Breeze Brasil 2024
27 de abril de 2024
Memorial da América Latina
São Paulo/SP
por Clovis Roman e Kenia Cordeiro
Os três dias de Summer Breeze tiveram atrações de variados estilos, mas em linhas gerais, cada dia teve um foco maior. Se na data inaugural, o hard rock foi a grande estrela, a seguinte privilegiou o power metal e o metal sinfônico, com alguns dos principais nomes deste estilo. Chega a ser inacreditável poder conferir o Gamma Ray com sol a pino, depois Angra, Hammerfall, Lacuna Coil, Epica e Within Temptation, tudo no mesmo dia. Inacreditável entre aspas, afinal, rolou e foi um momento glorioso para qualquer headbanger.
Forbidden

Se o dia foi do Metal mais pomposo, a primeira banda que presenciamos no dia foi a exceção à regra. O Forbidden é uma lenda do thrash metal, que marcou época com o fantástico Forbidden Evil (1988), disco foi apresentado praticamente em sua totalidade (faltou apenas “Feel no Pain”). As outras três faixas apresentadas vieram do segundo álbum, Twisted Into Form (1990), incluindo a faixa título, que marcou um dos momentos mais impressionantes dos três dias de festival. A faixa, agressiva, com riffs, levadas de bateria e linhas vocais lancinantes, é uma das pérolas mais reluzentes do estilo. O atual vocalista Norman Skinner fez juz a interpretação de Russ Anderson, e foi impossível não gritar junto o estupendo refrão: “Hate, churning your face. consumed by fear, unreal illusion of a perfect world – Twist into form, the true abyss, crushed in the palm of fate’s hands”.
A abertura veio com a saideira do referido álbum de estreia, “ Follow Me”, um colosso que enfileira inúmeras partes antes da entrada dos versos, até a chegada do verso cataclísmico “Come my children follow me to”. Em seus sete minutos, a canção nunca deixa de trazer novas partes e solos espetaculares. Depois da supracitada “Twisted Into Form”, “March into Fire” é outra que empilha passagens, riffs e versos agressivos, desembocando em mais um refrão forte. A maioria massiva dos presentes desconhecia a banda, mas estava se entregando, aproveitando o momento para assimilar e apreciar o talento técnico da banda que, atualmente, conta com dois membros originais: o baixista Matt Camacho e o guitarrista Craig Locicero (com passagem breve pelo Death), insano no palco e nas palhetadas. Ao seu lado nas seis cordas, o monstruoso Steve Smyth, com extenso currículo, tendo passagens pelo Testament, Nevermore e Vicious Rumors.

Completam o time os dois novatos, ao menos na formação. Skinner e o baterista Chris Kontos (que tocou nos primórdios do Attitude Adjustment e no Machine Head), ambos introduzidos à formação ano passado. No campo musical, impossível passar incólume por uma parede sonora precisa e brutal, formada por “Forbidden Evil”, “Through Eyes of Glass” (bastante quebrada, chegando a lembrar o Atheist em determinadas passagens), a grudenta “Step by Step”, as mais cadenciada “Off the Edge” e “Infinite” ou aquela que abre Forbidden Evil, mas que aqui foi a saideira: “Chalice of Blood”, outro arrasa quarteirão monolítico, que gerou rodas intensa no meio da plateia. Com a saída da banda do palco, o desconcerto era óbvio. A impressionante força do Forbidden deixou sua marca – mesmo tendo começado seu show ao meio-dia e meia! É um dever cívico metálico comparecer a um show completo desta banda quando eles retornarem ao Brasil.
Ouça:
Repertório
Follow Me
Twisted into Form
March into Fire
Forbidden Evil
Step by Step
Off the Edge
As Good as Dead
Infinite
Through Eyes of Glass
Chalice of Blood
Gamma Ray

Se muitas bandas optaram por focar nos álbuns mais populares, o Gamma Ray ampliou um pouco mais as escolhas. Materiais menos cotado como a divertida “Master of Confusion”, a cansativa “Empathy” ou até mesmo a sempre tocada “The Silence”, que, convenhamos, apesar de espetacular, não é a peça mais fundamental nas performances ao vivo, foram momentos mornos em um show que teve apenas onze músicas. Intercaladas com hinos atemporais, soaram deslocadas. Falando em deslocado, por mais que entendamos mudanças de formação, é realmente estranho ver o Gamma Ray reduzido, basicamente, a Kai Hansen, o dono da festa, e seu fiel escudeiro há décadas, Dirk Schlächter (que já foi tecladista, guitarrista e comanda o baixo desde 1997). A ausência do guitarrista Henjo Richter é entendível, afinal, ele sofreu um acidente há poucos meses e está em recuperação. O inexplicável é a presença do Franck Beck, de histórico ínfimo – de acordo com o Metal Archives, nunca gravou um álbum de estúdio na vida. O camarada não tem presença de palco marcante, tampouco voz. Canta direitinho, e é só.
O chefão Hansen cantou bastante durante o show, e estes foram os momentos brilhantes, reluzentes (figurada e literalmente, afinal, o sol das 14 horas estava impiedoso). Não tem como não se emocionar, cantar junto e querer subir no palco para abraçar Hansen durante diamantes caprichosamente lapidados como “Land of the Free”, “Rebellion in Dreamland”, a épica e gloriosa “Somewhere Out in Space” ou “Heaven Can Wait”. Até mesmo a boa surpresa “Last Before the Storm” (do espetacular, mas pouco lembrado por fãs e pela própria banda Insanity and Genius) atiçou a galera empolgada das fileiras mais próximas do palco. Com um repertório mais enxuto, o acerto do grupo alemão foi não tocar músicas do Helloween, algo que era comum no passado, antes da banda retornar aos palcos este ano, após cinco anos parados.

Após momentos menos empolgantes, a trinca final com as já citadas “Heaven Can Wait” e “Somewhere Out in Space” e a indispensável “Send me a Sign” (a “I Want Out” do Gamma Ray) colocaram ordem na casa e mostraram o porque do Gamma Ray ser um dos mais importantes nomes do power metal de todos os tempos. E Kai Hansen fez isto depois de fundar a mais importante de todas, o Helloween, e gravar dois álbuns que originaram outro estilo, o metal melódico. Estilo esse muito bem representado por dois grandes nomes que vieram na sequência, no palco Hot Stage, ao lado do Ice Stage, no qual o Gamma Ray se apresentou, o Angra e o Hammerfall.
Ouça:
Repertório
Land of the Free
Last Before the Storm
Rebellion in Dreamland
Master of Confusion
One With the World
The Silence
Dethrone Tyranny
Empathy
Heaven Can Wait
Somewhere Out in Space
Send Me a Sign
Angra

Quando se fala de Brasil, o nome do heavy metal que vem imediatamente à cabeça é o do Angra. Com bases fincadas no heavy tradicional, com abundância de melodias e intervenções de influências variadas, como a música erudita e brasileira, o grupo se destacou nos anos 1990 no cenário mundial e segue firme e forte desde então, trazendo atualmente mais elementos do prog que outrora, mostrando uma evolução musical formidável, que desembocou no mais recente disco, Cycles of Pain, um trabalho homogêneo, com performances inacreditáveis de todos os envolvidos: o membro fundador e guitarrista Rafael Bittencourt e seu companheiro de instrumento, Marcelo Barbosa, o baterista Bruno Valverde (Smith/Kotzen), o sobrenatural baixista Felipe Andreoli (Sons of Apollo, Geoff Tate, Di’Anno) e o vocalista Fabio Lione (Rhapsody).
A falta de fôlego ao ler o parágrafo anterior é igual ao vermos o Angra em ação. Abrir com duas pauladas como “Nothing to Say” e “Angels Cry” foi um golpe de mestre para chamar o público logo de imediato. O sol impiedoso não impediu a galera de pular e cantar junto. Aliás, a visão de cima do palco em direção à plateia era impressionante: Quem chegou mais tarde já estava lá, e quem iria embora antes do fim do dia, ainda não havia se ausentado. Portanto, parece que o ápice de público foi justamente no horário dos brasileiros. Depois de dois clássicos, “Tide of Changes” se mostrou gigante, consolidada entre uma das favoritas dos fãs. Junto a ela, a emotiva “Vida Seca” e as pauladas power metal “Dead Man os Display” e “Ride Into The Storm” foram os acenos de Cycles of Pain, mostrando a força do mesmo. Dos hits do passado, “Time” e “Rebirth” se fizeram presentes, e o encerramento, claro, veio com a dobradinha “Carry On” e “Nova Era”, como a banda costuma fazer há vários anos.

Diríamos que sou um especialista em Angra, tendo visto a banda em todas as formações nos últimos 25 anos, num total de 30 apresentações até agora. Sem medo de exagerar, digo que estão em um de seus melhores momentos musicais, seja compondo, seja tocando ao vivo. E foi muito interessante ver um show da banda sem qualquer música do aclamado Temple of Shadows.
Ouça:
Repertório
Nothing to Say
Angels Cry
Tide of Changes
Newborn Me
Vida seca
Rebirth
Dead Man on Display
Time
Ride Into the Storm
Carry On
Nova Era
Lacuna Coil

A última visita do Lacuna Coil ao Brasil rolou no início de 2020, pouco antes da pandemia, na turnê de divulgação do bom álbum Black Anima. Nesse meio tempo, soltaram apenas o controverso Comalies XX, regravação do estupendo Comalies (2002), com uma roupagem mais atualizada. No fim das contas, o show apresentado pelo grupo italiano de metal gótico/alternativo teve ênfase em Black Anima, com seis músicas entre as 16 apresentadas. Do disco de regravações, vieram duas, os hinos “Heaven’s a Lie XX” e “Swamped XX”, que, apesar de diferentes, emocionaram por serem estupendas, independente do formato.
Do magnânimo disco Delirium veio a abertura com “Blood, Tears, Dust”, com versos marcantes e imponente o suficiente para abrir um show em um dia bastante concorrido no quesito qualidade. “Trip The Darkness” surgiu como uma das primeiras, reforçou isto, assim como “Reckless”. O núcleo da banda, os vocalistas Andrea Ferro e Cristina Scabbia, e o baixista Marco Coti Zelati, mostram uma coesão transcendental, e desfilam músicas de diversas fases da banda – cuja sonoridade mudou muito, mas ao mesmo tempo, sem jamais perder suas características principais. Como Ferro me contou quando entrevistei a banda em 2016, na época do lançamento do álbum Delirium: “Compomos sem pensar muito no que as pessoas estão esperando do Lacuna Coil. Nós apenas seguimos a música. Não queremos ficar presos em nosso próprio clichê”. A receita está dando certo.

Transitaram por diversas fases, como comentei, mas não todas, afinal, os dois primeiros álbuns ficaram de fora: o perfeito In A Reverie (1999) e Unleashed Memories (2001), além de Shallow Life (2009). Teria sido incrível ouvir “Senzafine”, “My Wings” ou, sonhando mais alto, “To Myself I Turned”, mas a seleção feita agradou. Até mesmo a cover de “Enjoy the Silence”, do Depeche Mode, que poderia ter dado espaço a outra canção autoral, funcionou, e como sempre, com uma interpretação brilhante de Scabbia. Ainda tivemos músicas mais novas, como o single “Never Dawn” (2023) e “In the Mean Time”, cuja estreia mundial ao vivo foi no Summer Breeze. Após a forte “Nothing Stands in Our Way”, ficou comprovada uma relação de troca entre a banda e o público brasileiro. Naquela mesma entrevista previamente mencionada, Ferro disse: “O Brasil tem sido um lugar especial para a gente”. Certamente, o Lacuna Coil tem sido uma banda muito especial para a gente, também.
Ouça:
Repertório:
Blood, Tears, Dust
Reckless
Trip the Darkness
Apocalypse
Layers of Time
Heaven’s a Lie XX
Our Truth
Sword of Anger
My Demons
Now or Never
In The Mean Time
Veneficium
Enjoy the Silence [Depeche Mode]
Never Dawn
Swamped XX
Nothing Stands in Our Way
Hammerfall

Show dos suecos do Hammerfall é garantia de aula de heavy metal. Um ano e meio após a última visita ao país, quando foram abertura do Helloween (relembre nossa cobertura na época aqui), o quinteto liderado por Oscar Dronjak, um cara cujo semblante e vestuário transpira metal 24 horas por dia, atingiu nota 10 de 10, tamanha força das músicas, memorabilidade dos refrães e performance cênica como um todo. Junto a ele está Joacin Cans, de voz anasalada, fina e marcante, um frontman de respeito; o baixista Fredrik Larsson, o excelente guitarrista Pontus Norgren e David Wallin nas baquetas.
O repertório abriu assim como 2022, com “Brotherhood” (esta nasceu hino, perfeita do começo ao fim) e “Any Means Necessary”. Esta, até meio boba, funcionou bem demais, mesmo abrindo caminho para toneladas de clássicos forjados a ferro e fogo, como “Renegade”, “Heeding the Call”, “Let the Hammerfall”, “Hammer High”, “Hammer of Dawn” e “Last Man Standing”. Irmã de “Hearts on Fire”, que fechou o repertório de maneira nostálgica, “Blood Bound” soou tão grandiosa quanto. Não houve um segundo sequer desperdiçado. “We Make (Sweden Rock” fez até quem não sabia o refrão a cantarolá-lo a partir da segunda repetição. Lançada poucos dias antes, “Hail to the King” entregou exatamente os mesmos elementos que os fãs esperam do Hammerfall. Aqui, o mais importante é suprir as expectativas, e não reinventar a roda. E não há nada de errado nisso, como bem sabem os fãs do AC/DC. Passearam com classe por quase toda discografia, relembrando dez dos 13 discos lançados até hoje.

O Hammerfall, vale lembrar, teve como primeiro vocalista Mikael Stanne, que se apresentou na mesma data do festival com o Dark Tranquility, e contou com diversos músicos do In Flames. Um deles, Jesper Strömblad, hoje a frente do estupendo The Halo Effect, foi o principal compositor nos primórdios, tendo inúmeras música dele nos três primeiros álbuns: Glory to the Brave, Legacy of Kings e Renegade. O legado, carregado por Dronjak e Cans, com maestria, rendeu um dos melhores nomes do heavy metal em todos os tempos. Discorda? Que pena.
Ouça:
Repertório
Brotherhood
Any Means Necessary
Heeding the Call
Hammer of Dawn
Blood Bound
Renegade
Hammer High
One Against the World
Hector’s Hymn
Last Man Standing
Let the Hammer Fall
(We Make) Sweden Rock
Hail to the King
Hearts on Fire
Epica

Outra banda que já vi muito ao vivo nas últimas duas décadas foi o Epica. A cada show, era notável a evolução, tanto nas performances e na presença de palco, quanto na qualidade das composições. Pode parecer um exagero, mas o ápice está registrado no vibrante Omega, lançado já há três anos. Apenas a abertura, “Abyss of Time – Countdown to Singularity”, põe abaixo qualquer argumento contrário. O Epica foi formado no começo do atual milênio, pelo genial Mark Jansen, quando saiu do After Forever. Os primeiros álbuns – The Phantom Agony (2003) e Consign to Oblivion (2005) – trouxeram pérolas até hoje aclamadas pelos fãs, como as apresentadas no Summer Breeze: “Cry for the Moon”, “Sensorium”, estas do debut, e “Consign to Oblivion”.
Quando vi o Epica pela primeira vez, em um clube pequeno, há quase duas décadas, tinham nas mãos canções excelentes, porém eram tímidos no palco. A cada turnê e show, a coisa ia tomando mais forma. Quando Rob van der Loo entrou em 2012, logo depois do lançamento de Requiem for the Indifferent, todas as peças estavam encaixadas em perfeita sintonia. Hoje em dia, o Epica ao vivo é perfeito na interação com o público e entre eles mesmos. Todos tem seus momentos de destaque durante a performance, o que passa uma sensação de unidade sólida aos fãs. Revisitaram todos seus álbuns, incluindo o EP The Alchemy Project (com “The Final Lullaby”), e sem a pressão de tocarem músicas do disco mais novo (afinal, a turnê de Omega já tinha passado pelo país), fizeram uma verdadeira coletânea, com foco no magnânimo The Quantum Enigma (2014), colocando logo duas dele logo após a faixa de abertura. Tanto “The Essence of Silence” quanto “Victims of Contingency” (a intro dessa é Fear Factory puro) são obras-primas, com arranjos rebuscados, orquestrações, peso e melodia dançando de maneira sublime, com os contrapontos dos guturais de Jansen com o vocal limpo de Simone Simons, que atingiu um nível elevadíssimo de técnica e interpretação.

Se destacam na obra do Epica os momentos de puro death metal, incluindo blast beats e riffs pesadíssimos. O próprio Mark já nos disse, em uma das entrevistas que fizemos com a banda, que se tirasse os vocais limpos e a pomposidade, seria de fato uma banda de death metal. Se, em todo caso, o contexto musical não lhe agrada, foi impossível passar despercebido pela produção visual do show, com iluminação digna das maiores bandas do mundo, e elementos visuais em profusão, como labaredas de fogo, papel picado, explosões, fumaça e tudo o mais que tantas bandas usam como trunfo por aí (Kiss, por exemplo). Trazer ao palco Cristina Scabbia, do Lacuna Coil, para cantar “Storm the Sorrow”, quase causou desmaios nos fãs mais afoitos. O dueto, em todo caso, foi realmente uma conspiração divina.
Ouça:
Repertório:
Abyss of Time – Countdown to Singularity
The Essence of Silence
Victims of Contingency
Sensorium
Unleashed
The Final Lullaby
Reverence (Living in the Heart)
The Obsessive Devotion
The Skeleton Key
Code of Life
Storm the Sorrow
Unchain Utopia
Cry for the Moon
Beyond the Matrix
Consign to Oblivion
Within Temptation

O cansaço era extremo, mas o público ficou para ver a última banda dos palcos principais, o Within Temptation. Poucas bandas conseguiriam rivalizar com o apoteótico e descomunal performance do Epica. Uma delas, certamente, é o grupo da vocalista Sharon den Adel. O repertório traçou um panorama de toda discografia da banda, porém, sem tanto destaque para a fase “metal sinfônico”, que engloba os dois primeiros álbuns Enter (1997) e Mother Earth (2000). Deste último, foram duas músicas: a fantástica balada “Never-Ending Story”, em formato acústico, e Mother Earth. Desta eles não tinham como fugir, pois é um clássico do dito estilo e ajudou a impulsionar o nome deles nos primórdios.
Acontece que, a partir de The Silent Force, a gama musical foi ampliada, e mesmo sendo um trabalho de transição, ele já mostrava uma banda disposta a trilhar um caminho mais acessível. Os hits “Angels” e “Stand My Ground” davam indícios dessa nova abordagem, que, olhando em retrospecto após 20 anos do lançamento, se mostrou bastante vitoriosa. Ambas foram soberbas, em um show que não diminuiu o ritmo em nenhum momento, nem mesmo nas faixas e interpretações mais delicadas. Falando ainda de hits, a dançante “Paradise (What About Us?)”, gravada em parceria com Tarja, trouxe a finlandesa nos telões, assim como apareceu Mina Kaputo durante a pesada “What Have You Done”.

Esta música está presente no quarto disco, The Heart of Everything, lançado em 2007, e um dos trabalhos mais impressionantes do Within Temptation. Do mesmo CD, fomos agraciados com a tensa “The Cross”, a fabulosa e apoteótica “All I Need”, no qual foi impossível não se emocionar com versos como “Don’t tear me down for all I need”, pela inefável beleza de sua interpretação, além de “Our Solemn Hour”, uma epítome do metal sinfônico moderno. É curioso notar como a banda foi deixando aos poucos de priorizar os elementos sinfônicos, ao mesmo tempo que o modernizou e nunca de fato o abandonou. Outra constatação imediata é a perfeição de Sharon, brilhante durante todo o concerto. Sua voz angelical nos guiou por momentos sublimes como “Faster” (que ganhou recentemente uma versão forró pela banda Arte Livre, chamada “Jaqueline”), “Angels”, a quase heavy metal “In the Middle of the Night” e “Supernova”, uma das melhores do disco Resist. As mais novas, de Bleed Out (2023), como “Wireless” e “Entertain You” (que ficou muito melhor ao vivo), podem não ter rivalizado com as outras, mas, bem posicionadas no setlist, foram peças importantes de um show soberbo.
A produção visual foi incrível, com um palco bonito e também muitos fogos e aquela coisa toda. Pela quarta vez no Brasil, o Within Temptation finalmente pode apresentar um espetáculo em toda a sua glória. Mas seja com produção descomunal ou algo mais intimista, que voltem logo ao nosso país o quanto antes. Quem tinha dúvidas que o grupo
Ouça:
Repertório:
The Reckoning
Faster
Bleed Out
Paradise (What About Us?)
Angels
Raise Your BanneR
Wireless
Entertain You
Stand My Ground
Supernova
In the Middle of the Night
All I Need
Our Solemn Hour
Don’t Pray for Me
The Cross
Mad World
What Have You Done
Never-Ending Story
Mother Earth

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