[Cobertura] Dave Evans: Um verdadeiro Rock and Roll Singer em Curitiba

Dave Evans

05 de setembro de 2024
Clay Highway Bar
Curitiba/PR

Por Clovis Roman

A história de Dave Evans já é bem conhecida na América Latina, território que o cantor vem desbravando na última década. São muitos shows no Brasil e países vizinhos nesse período, e esta nova turnê não trouxe muitas novidades. A única, quem sabe, é que ele está tocando cada vez menos músicas dos seus dois melhores trabalhos solo: Sinner, que já completou duas décadas, e Judgement Day (2008).

O giro atual do ex-frontman do período inicial do AC/DC passou por Curitiba numa quinta-feira, e teve seu foco principal – como não poderia deixar de ser – sua antiga banda. O aquecimento da noite ficou com o MotorMouse (nome no mínimo, curioso), que apresentou um repertório muito bem escolhido de Bon Scott no AC/DC, incluindo músicas menos famosas. A execução também foi excelente, principalmente pelo vocalista Mauricio Contador, com um timbre bastante similar ao do homenageado.

Passado das 23 horas, finalmente Dave Evans subiu ao palco, com seus habituais sorrisos e simpatia, abrindo com as duas músicas que gravou no seu único registro com o grupo australiano, o single “Can I Sit Next to You, Girl” (regravada no disco de estreia, High Voltage, e sem a vírgula no título) e seu respectivo lado B, “Rockin’ in the Parlour”. Outra raridade da era jurássica foi “Sunset Strip”, que o cantor afirma “ter tocado ao vivo no primeiro show do AC/DC, em Sydney”. Anteriormente, Evans já declarou que esta música retrabalhada e com novas letras por Bon Scott, se tornou “Show Business” (da versão australiana de High Voltage e do EP 74’Jailbreak). Evans lançou sua própria versão atualizada da canção, gravada junto a banda Barbed Wire, vale conferir.

O bloco do meio foi introduzido por Evans, que explicou que estava celebrando os 50 anos do primeiro lançamento do AC/DC, agradeceu a presença dos fãs e que, todavia, tocaria seus trabalhos solos. Até perguntou quem tinha seus álbuns. Poucos responderam, e alguns mentiram. “Sold My Soul to Rock ‘n’ Roll” e “Only the Good Die Young”, ambas do supracitado e fantástico Sinner (2004), contam o que acontecerá com Evans, daqui muitos anos. Numa, ele canta que viverá por mil anos. Noutra, informa que quando sua hora chegar, irá diretamente ao inferno. Musicalmente, foram os melhores dez minutos do show. A efetiva “Put up or Shut Up” e a cafona “Revenge” fecharam o bloco solo, abrindo espaço para o encerramento.

O terceiro bloco retomou o AC/DC, todavia, agora deixando para trás as ligações de Evans com a banda e trazendo algumas das melhores músicas que tornaram o AC/DC gigante, com Bon Scott nos vocais. É aquele mais do mesmo que ninguém nunca reclama. Eu, tampouco. O show de Dave Evans é uma hora e tanto de rock and roll da melhor qualidade, para curtir sem pensar no amanhã. Mesmo que já fosse tarde e em poucas horas teria início mais um dia útil, por breves instantes, esquecemos de tudo.

Repertório

Can I Sit Next to You, Girl [AC/DC]
Rockin’ in the Parlour [AC/DC]
Tutti Frutti [Chuck Berry]
Sunset Strip [AC/DC]
Rock ‘n’ Roll Singer [AC/DC]
Baby, Please Don’t Go [AC/DC]
Sold My Soul to Rock ‘n’ Roll
Only the Good Die Young
Put Up or Shut Up
Revenge
T.N.T. [AC/DC]
Highway to Hell [AC/DC]
Let There Be Rock [AC/DC]
Whole Lotta Rosie [AC/DC]

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