Matheus Fonseca lança “Feitiço Carioca”, uma bossa sobre amores inacabados

O segundo single do álbum “Latitude Zero Vol. 2” chega a todas as plataformas de streaming nesta quinta-feira (24)

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Como seguir em frente quando o fim não está claro? É essa a pergunta que Matheus Fonseca tenta responder em “Feitiço Carioca”. Lançada em todas as plataformas nesta quinta-feira (24), a música é o segundo single de “Latitude Zero Vol. 2”.

O lançamento desta semana é fruto de uma parceria do artista com Daniel Bitrán Donath, saxofonista chileno-equatoriano e amigo de Matheus de longa data. A inspiração por trás da composição é uma história de amor em seu ato final, com o Rio de Janeiro como plano de fundo e acaba sem resolução. “Estávamos conversando um dia e acabamos refletindo sobre a importância dos pontos finais no amor antigo, é importante fechar essas portas”, conta Matheus.

Entre o samba e o jazz, Fonseca e Bitrán criam uma bossa nova que desenha o Rio com harmonias delicadas e sofisticadas. O arranjo traz uma estrutura de quarteto sem piano onde o baixo fretless dialoga constantemente com o saxofone de Bitrán. O resultado é uma sonoridade carioca com elementos de bolero que pode ser facilmente imaginada em vozes gigantes como Alcione ou Caetano Veloso.

Mas nem toda porta aberta está por acaso. Às vezes, são laços antigos que mantêm histórias vivas no presente. Assim como o Rio de Janeiro encanta, histórias do passado também exercem seu feitiço. A letra vai da reflexão à súplica e termina como uma carta decidida pelo recomeço. “Em porta aberta entra frio, entra tudo o que não é convidado, pode ser perigoso e ser vulnerável. Ela não te deixa passar para o próximo cômodo. Se a porta não fechar, você não vai adiante”, reflete Matheus.

Prêmio Luiz Melodia de Canções Afro-Brasileiras

O single “Feitiço Carioca” é o segundo lançamento de “Latitude Zero Vol. 2”. Dividido em duas partes, o álbum obteve seu financiamento a partir do Prêmio Luiz Melodia, da Fundação Palmares (MinC-Brasil), que tem por objetivo valorizar aspectos da cultura afro-brasileira, em qualquer estilo musical, protagonizando assim a cultura negra

A composição vencedora, “A Raiz”, abre o projeto reverenciando a cultura afro-brasileira — e viabilizando todo o disco. “Ela é a ponta da lança de tudo que vem depois”, comenta Matheus.

Um disco internacional e de fusão, “Latitude Zero” traz no nome uma alusão ao país de residência do artista à época da produção do trabalho: o Equador. Sua música propõe uma fusão de estilos que reflete a jornada musical de Matheus: saindo do Rio de Janeiro, passando pela Europa e finalmente se estabelecendo em Quito, em 2022.

Hoje, morando nos Estados Unidos, ele comenta sobre o significado da obra em sua carreira: “Nesse disco, eu me reencontro com minhas raízes e consigo pensar em futuros possíveis para a minha música, e isso transparece nas faixas. Nós [brasileiros] temos essa veia de contar histórias em nossas composições e as minhas músicas carregam isso.”

Um artista brasileiro residente do mundo

Natural da região metropolitana do Rio de Janeiro, Matheus decidiu se dedicar exclusivamente à música após uma oportunidade de intercâmbio na Espanha. Seu caminho, que passou por apresentações em pubs na Inglaterra, culminou em uma participação no The Voice Portugal em 2018, onde o músico apresentou uma composição própria.

A música popular brasileira é a principal influência na obra de Matheus, mas foi fora daqui que o artista construiu sua musicalidade. Seu trabalho é um reflexo disso: uma confluência de gêneros do mundo, utilizados para contar histórias essencialmente brasileiras, ainda que em outros idiomas. “Acredito que a música é soberana. Se tiver que sair um baião em espanhol, uma bossa em francês, vai sair. Eu busco me libertar das amarras de estilo e gênero antes de compor. É a música que me diz o que ela quer que eu faça dela.”, explica.

Produzido e gravado no Equador — onde Matheus viveu até o fim de 2024 —, “Latitude Zero” é fruto das experiências de um artista brasileiro residente do mundo. O projeto é um marco geográfico e conceitual de suas composições.

“Para mim, esse álbum tem uma mensagem na forma e na ordem que ele é apresentado e que faz muito sentido. Tudo converge, como o equinócio, à Latitude Zero. É sobre esse ponto de virada: o instante que separa e une, como a linha do Equador. É um lugar de conexão e também de inspiração”, conclui.

Foto: Divulgação

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