[Resenha] Before the Dawn – Cold Flare Eternal

Before the Dawn – Cold Flare Eternal
(Shinigami Records – nacional)

por Clovis Roman

A banda finlandesa Before the Dawn lança seu nono álbum de estúdio, “Cold Flare Eternal”, sucessor de “Stormbringers” (2023), o primeiro trabalho após um período de hiato que durou quase uma década. Esta pausa rolou entre 2013 e 2021, pois na época, Tuomas Saukkonen optou por focar suas forças em seu então novo grupo, Wolfheart, com o qual lançou 5 discos de estúdio até retomar as atividades com o Before the Dawn. Lá, ele é vocalista e guitarrista. Aqui, baterista.

Gravado no SoundSpiral Studios e produzido pelo guitarrista Juho Räihä (live member do Wolfheart e também integrante do Swallow the Sun), o álbum traz a formação atual que conta ainda com vocalista Paavo Laapotti e o baixista Pyry Hanski (…and Oceans, ex-Swallow the Sun). No Metal Archives, Saku Moilanen consta como atual tecladista, desde 2024, mas este não é creditado no encarte.

Com Cold Flare Eternal, o grupo dá continuidade à trajetória iniciada no início dos anos 2000, período em que consolidou seu estilo dentro do death metal melódico e firmou a reputação de Saukkonen como um dos nomes mais produtivos da cena finlandesa. E se tem algo que este homem é, é criativo. Cada banda ou projeto tem uma quantidade volumosa de registros. Ao menos aqui, com o Before the Dawn, a efervescência artística do artista rende ótimos frutos.

“As Above, So Below” traz excelentes arranjos vocais, com rasgados e guturais se mesclando nos versos, e passagens limpas adicionadas no refrão. A música é mais acessível que a abertura, “Fatal Design”, que é um death metal melódico enérgico e na medida para abrir um álbum. Trazendo o peso novamente para o protagonismo, “Mercury Blood” não deixa de ter passagens mais entoadas, enquanto “Stellar Effect” é moldada em torno de elementos mais caóticos e soturnos, sem se distanciar da homogeneidade do disco. Essa, ao lado de “Flame Eternal”, traz pinceladas de Amorphis em algumas ideias e arranjos, e se alicerçam primordialmente no death metal melódico. 

Com passagens mais arrastadas e peso mais evidente, “Stronghold” e “Destination” adicionam doses extras de raiva, enquanto “Shock Wave” traz passagens quebradas e intrincadas. O contraste vem com “Ad Infinitum”, um outro melancólico, que abre com um dedilhado sutil e é quase uma balada frente às suas antecessoras. Músicas na faixa dos quatro minutos, que não devaneiam em epopéias musicais cansativas. Peso, melodia, boa mescla de vozes limpas e agressivas, bons ganchos e produção límpida. Este é o resumo de Cold Flare Eternal. 

Curiosamente, lembro uma vez de estar em um show do Wolfheart, em uma casa minúscula. Assim que desceram do palco, eu, desatento, levei uma trombada pouco amigável de alguém. Ao olhar para frente, Saukkonen passou com cara de poucos amigos e subiu para o camarim. Esta história não interferiu nesta resenha e também não causou nenhum rancor neste que vos escreve. Mas como suprimi este fato na resenha do referido show, resolvi contar aqui. A versão nacional do álbum está disponível no mercado pela Shinigami Records, em formato jewelcase e OBI.

Compre o CD: https://www.lojashinigamirecords.com.br/p-9503187-Before-The-Dawn—Cold-Flare-Eternal

Músicas

  1. Initium
  2. Fatal Design
  3. As Above, So Below
  4. Mercury Blood
  5. Stellar Effect
  6. Flame Eternal
  7. Stronghold
  8. Destination
  9. Shock Wave
  10. Ad Infinitum

Foto: Teppo Ristola

Deixe um comentário