Barril de Pólvora canta Metal em português e consegue soar excelente

Barril de Pólvora – Barril de Pólvora
(CD  – 2018)
Material enviado por Brauna Music Press

por Clovis Roman

O álbum auto intitulado da banda Barril de Pólvora é o primeiro registro discográfico da banda oriunda de Belo Horizonte/MG. A formação atual conta com Flávio Drager nos vocais, Emerson Martins na guitarra, Saulo Santos no baixo e Alexis Bomfim na bateria. O grupo surgiu em 2005, entretanto chegou apenas em 2018 ao seu merecido álbum. E que álbum!

O trabalho abre com “O Som do Trovão”, que impressiona por sua estrutura coesa e elementos sem exageros, além do ótimo vocal de Flávio Drager. Aí você se pega pensando: “Será que isso funciona ao vivo também?”. A resposta, pelo vídeo que você confere logo acima, é sim. Os caras são bons demais também em cima do palco. O som do trovão, de acordo com eles, é algo que atravessa o horizonte e faz a terra tremer: o Heavy Metal. O estilo aqui predomina, e é cantado em português. Cantar na língua pátria, no Brasil, é algo complicado. Mas o Barril de Pólvora, explosivo como é, tira isso de letra. A união dos versos cantados com o instrumental é soberba. Não soa estranho ou enfadonho em algum momento. E assim sendo, é um convite irrecusável para ler as letras e aprender cada verso para cantar junto.

A empolgação com o trabalho dos mineiros é justificada. Os caras conseguem em “Muito Papel para Pouca Solução” cantar sobre a burocracia em geral e soarem empolgantes. Tarefa cumprida por poucos. Em “Inércia” rola uma crítica a vida baseada apenas na sobrevivência, na rotina estagnada. A música que acompanha a letra é um Blues genérico cheio de solos. O marasmo sonoro é chutado para longe com “Tocando no Inferno”, um Rock and Roll de primeira, bem na linha Motorocker, que conta sobre como é fazer um show no inferno, também conhecido como “muitos bares de Rock brasil adentro”.

Enquanto “Loucuras, Sonhos e Delírios” é uma viagem lírica psicodélica, “Blues da Saudade”, como o nome indica, é outro Blues tranquilo, que baixa a adrenalina consideravelmente. A faixa homônima ao álbum é a penúltima, com riff simples e marcante de abertura, seguida por letra forte e andamento tipicamente Metal. Os vocais mais raivosos combinam perfeitamente com a letra e a música em si. A saideira é a instrumental “Tempestade”, que se aproxima mais do Rock nacional, mesmo mantendo os elementos citados até então. É um ‘outro’ de classe, que finaliza esse ótimo trabalho. Que o próximo venha logo, deixando o Blues pra lá e apostando ainda mais no Heavy Rock cantado em português.

Numa biografia os caras contam que a banda surgiu para fazer releituras de bandas como Raul Seixas, Secos E Molhados, O Terço, Jimi Hendrix, Led Zeppelin, Accept, Black Sabbath, Dio, Iron Maiden, Metallica, Judas Priest, UFO. Imagine juntar o melhor de cada um desses nomes em um caldeirão, com letras em português. O resultado é Barril de Pólvora. Trabalho primoroso. Então “Vai… e acende esse pavio do Barril de Pólvora”!

MÚSICAS
1- O Som do Trovão
2- Muito Papel pra Pouca Solução
3- Inércia
4- Tocando no Inferno
5- Loucuras, Sonhos e Delírios
6- Blues da Saudade
7- Barril de Pólvora
8- Tempestade

Conheça mais o trabalho da banda em seu site oficial: www.barrildepolvora.com

O disco está a venda online, e também em lojas físicas em cidades como São Paulo/SP, Belo Horizonte/MG, Fortaleza/CE e Rio Branco/AC, entre outras. Em Curitiba/PR, ele pode ser comprado na Let’s Rock (Praça Tiradentes, 106 – Galeria Pinheiro, lojas 03 e 04).

3 comentários em “Barril de Pólvora canta Metal em português e consegue soar excelente

Deixe um comentário