Hammathaz – The One
(Voice Music/Defense Records – nacional)
Material gentilmente enviado por Som do Darma
Por Clovis Roman
Este CD é o disco de estreia do Hammathaz, banda de Sorocaba/SP. Apresentando uma mescla interessante de thrash e death metal e algumas nuances mais hardcore, The One trabalha em prol do peso e da brutalidade. Somam pontos a favor o fato de tudo ser conciso e direto ao ponto, com músicas que duram exatamente o tempo que deveriam – não há encheção de linguiça ou enrolações desnecessárias.
O trabalho traz também uma ligação com o metal que vem sendo praticado por bandas mais modernas, entretanto, sem desmerecer os alicerces da música do grupo. Em meio aos elementos básicos dos estilos supracitados, há outros mais antenados com o mercado atual da música pesada. Por destreza dos músicos e compositores, tudo é fundido a fim de entregar uma música primordialmente bastante agressiva, com momentos caóticos e riffs certeiros para agradar um amplo público.
O resultado é uma experiência auditiva enérgica e empolgante, como deixa evidente logo a música de abertura, “Farewell”, que une o thrash e o death com uma estratégia do heavy metal e sonoridades mais modernas, tudo com uma coesão absurda e peso na medida certa. Os vocais de Pasqualini, raivosos, são a cereja do bolo. Nesta música em específico, apenas de se lamentar que o riff de abertura (algo meio Lamb of God) não volta mais a aparecer, pois é excelente.
Receita dada, o restante do trabalho segue com a mesma homogeneidade, como “Devil on my Shoulder”, um death/thrash que não abusa da velocidade excessiva, preferindo focar em passagens mais cadenciadas, daquelas propícias para incitar rodas e headbanging nos shows. Outras na mema pegada são “From the Grave” e “Tear the Walls”. As faixas são bastante lineares, com similaridades entre si, mas não é uma audição que cansa, pela energia espontânea e genuína. O riff principal de “Bringing Hell” (que é a base do rerfão e também a introdução desta faixa) é daqueles memoráveis e acessíveis, e é permeado por partes mais velozes; destaque para o momento mais lento e melancólico antes do solo de guitarra.
Com nuances de Fear Factory, “Irrational Beings”, no bloco final do CD, se destaca, apesar dos altos e baixos em seu andamento. Com um solo maneiro e um último minuto matador, “The End” é, como o título preconiza, a última faixa de The One.
Sem firulas, o Hammathaz destila nove faixas em cerca de 34 minutos, o que mostra que focaram no essencial, sem perder tempo. Não há partes repetidas excessivamente, tampouco momentos desnecessários. Todavia, carece de um pouco de variação, mas quiçá tenha sido justamente esta a intenção. Em todo caso, a quantidade de faixas é perfeita para apresentar o trabalho da maneira mais efetiva possível ao ouvinte.
O álbum – cuja capa é sensacional – foi gravado por Thales Statkevicius e Rodrigo Marietto (guitarras), Anderson Andrade (baixo), Thiago Pasqualini (vocal) e Lucas Santos (bateria) no Estúdio Fusão, com produção da banda e Thiago Bianchi. A distribuição no Brasil é pela Voice Music.
Músicas
- Farewell
- Devil On My Shoulder
- From The Grave
- New Blood
- Bringing Hell
- Self-Chained
- Tear The Walls
- Irrational Beings
- The End

