Beast in Black – Dark Connection
(Shinigami Records)
Material gentilmente enviado por Shinigami Records
Por Clovis Roman
O finlandês Beast in Black é como se fosse uma dissidência do Battle Beast, pois foi fundado pelo guitarrista Anton Kabanen, depois deste sair em busca de novos ares. Se bem que, em linhas gerais, o som segue mais ou menos a mesma pegada. Produzido, gravado e mixado pelo próprio Kabanen, e masterizado por Emil Pohjalainen da Amethyst Sound Productions, Dark Connection apresenta enfase ainda maior nos sintetizadores e influências de Italo-disco, Eurobeat e elementos sinfônicos unidos ao Metal moderno. Este é o terceiro álbum do grupo, e de longe, o melhor.
A abertura com “Blade Runner” remete ao Stratovarius, com uma linha marcante de teclado, em um som cadenciado e enérgico, que pode ter como referências bandas como Sabaton e PowerWolf, além de um refrão explosivo. O grande destaque, não só aqui como no disco todo, é o vocal poderoso de Yannis Papadopoulos, com um timbre forte e personalidade, até mesmo nas partes mais rasgadas. Mesmo que as vezes ele de uma exagerada ou outra, no geral a performance é acima da média. A inspiração lírica da canção é óbvio, pelo título, porém o clássico longa é referenciado também em outras faixas.
Ainda na questão lírica, o mangá Berserk, obra de Kentauro Miura (falecido em 2021), é um dos favorito do guitarrista, portanto, serviu de inspiração para “Dark New World”, “To The Last Drop Of Blood” e “Broken Survivors”. O disco soa bastante homogêneo musicalmente, como nota-se na sequência com “Bella Donna” e na quase dançante “Highway to Mars”. Apesar do título, “Hardcore” nada tem a ver com o estilo homônimo; trata-se, na verdade, de um mid-tempo com linhas vocais grandiosas em certas passagens e teclados pomposos.
A dance music dá as caras em “One Night in Tokyo”, um “poperô” de respeito, feito para pistas de dança. As guitarras atuam em segundo plano, com enfase no ritmo e nos vocais e coros. Novamente o vocalista se destaca em “Moonlight Rendezvous”, som com bom refrão e solos excelentes. O contraponto vem com a seguinte, “Revengeance Machine”, bem mais veloz e agressiva após duas faixas mais acessíveis. A mais rock and roll “”Dark New World” e a sinfônica “To The Last Drop of Blood” mantém as diretrizes, porém cada uma com personalidade.
A dobradinha final do trabalho, “Broken Survivors” e “My Dystopia” são mais moderadas, como fossem enérgicas baladas apoteóticas, com um trabalho espetacular nos solos de guitarra, principalmente na primeira. A saideira é ainda mais lenta, porém ainda forte, com uma impressionante performance de Papadopoulos, que passeia por timbres e entonações diversas com extrema facilidade.
O encerramento da versão nacional do CD é feito com duas covers como faixas bônus. Trata-se de “Battle Hymn” (hino do Manowar), e “They Don’t Care About Us” (Michael Jackson). Ambas são fantásticas em seus respectivos ambientes sonoros, e o Beast in Black imprimiu sua personalidade nas versões sem as desrespeitar. Este Dark Connection tem arte gráfica futurista, e serve de trilha sonora para algum jogo vintage, e ao vivo, deve funcionar muito bem.
Além de Papadoulos (vocal) e Kabanen (guitarra), completam a formação do Beast in Black: Kasperi Heikkinen (guitarra), Mate Molnar (baixo), Atte Palokangas (bateria), além de Cynthia, responsável pelos teclados e sintetizadores. A banda chega ao Brasil em dezembro, como suporte da turnê do Nightwish pela América Latina.
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Músicas
- Blade Runner
- Bella Donna
- Highway To Mars
- Hardcore
- One Night In Tokyo
- Moonlight Rendezvous
- Revengeance Machine
- Dark New World
- To The Last Drop Of Blood
- Broken Survivors
- My Dystopia
- Battle Hymn (Manowar)
- They Don’t Care About Us (Michael Jackson)
Visita à banda em: www.beastinblack.com