A vez em que Michael Schenker tocou no Ratt

Por Silvia Kucek

Os anos 90 foi uma época delicada para os músicos de glam metal. O Ratt, após sua ascensão, auge e queda, nunca deixou de ser uma banda confortável e de timbre único, mas isso nunca impediu a banda de ter milhares de percalços por conta das drogas e temperamentos explosivos, então já podemos imaginar o que vem por aí, não é?

Para quem não sabe, o Ratt é uma banda de glam metal americano que teve seu auge logo no primeiro disco, “Out of the Cellar”, lançado em 1984. Durante toda sua trajetória, a banda esteve envolvida com muitas drogas, e não é de se espantar após descobrir que os membros do Motley Crue eram grandes chegados seus, até mesmo aparecendo no clipe de “Back For More”, também do primeiro álbum. Um dos integrantes, o guitarrista Robbin Crosby, veio a falecer por conta de seu vício em heroína, também relatado no livro “Diários da Heroína”, publicado por Nikki Sixx em 2007.

É nesse vício que a história começa. Já no início da década de 90, a banda não estava lucrando e tendo o mesmo desempenho quanto em outros lançamentos da década anterior, até porque a onda do grunge estava se alastrando cada vez mais. Além de que, conforme o tempo passou, o guitarrista Robbin Crosby não conseguia sequer tocar as músicas durante os shows, tendo constantemente seu som diminuído, até mesmo desligado nas apresentações de tão ruim que estava, de tão entorpecido pelas drogas.

É aí que Michael Schenker entra na jogada. Após trabalhar junto com Bob Blotzer (baterista) no projeto “Contraband”, ao lado de Tracii Guns (L.A Guns), Share Pedersen (Vixen) e Richard Black (Shark Island), o Ratt já tinha uma linha traçada com o guitarrista alemão. Por fazerem parte da mesma gravadora, não foi difícil para obterem contato para seu chamado.

Durante uma entrevista em 2022, Michael revelou que foi Warren DeMartini que o convidou. Estavam definitivamente desfalcados sem o guitarrista solo e precisavam de um substituto, nem que fosse temporário. Mas as memórias não são boas:

“Warren DeMartini era um fã absoluto de Michael Schenker. Robin e eu (se referindo ao McAuley Schenker Group) entramos na mesma empresa de management, Left Bank, então no meio tempo de seis meses que tiramos entre gravar um disco e outro, e tanto a empresa quanto a gravadora me perguntaram se não gostaria de fazer parte do Contraband, o qual aceitei e veio a ser um projeto importante. A outra coisa foi que eles estavam para sair em turnê e perderam o guitarrista, Robbin Crosby. Warren me perguntou e pensei “bem, já que não estou fazendo nada, porquê não?” e aceitei como amigo.”

“Eles eram muito, muito, muito caóticos. Era tão desconfortável estar com eles, porque eles eram divididos entre o baixista e o baterista, o guitarrista e o vocalista. Havia uma batalha rolando e eu estava no meio dela! Eu odiei! Não via a hora de sair daquilo.”

Durante esse meio tempo entre a turnê, Michael Schenker até participou da gravação do MTV Unplugged do Ratt em 1990, veja o video:

Excerto de entrevista tirado de: https://youtu.be/am8i8-EZbL0?si=jBoLiFUC8ylSUul1

Referências: https://whiplash.net/materias/news_819/195176-ratt.html

Foto: Reprodução

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