[Cobertura] O Glam que incendiou Curitiba

Glam Slam Party (Crazy Lixx, Stevie Rachelle, Marenna)
15 de março de 2024
Jokers Bar
Curitiba/PR

Por Silvia Kucek
Fotos por Clovis Roman

Seria Curitiba capaz de animar um show mesmo estando debaixo de um calor de 30°C no período da noite? A resposta, para os suecos do Crazy Lixx, é sim.

O Jokers Bar, um espaço completamente “instagramável” da cidade, localizado na grande São Francisco, foi palco para mais uma edição da Glam Slam, festa que promete ser mais quente que o verão de ’92. Diria que não precisaria ser necessariamente de 1992, pois essa semana do dia 15 de março de 2024, as temperaturas foram exorbitantes. Mesmo assim, isso não foi páreo para as atrações da festa (e que festa!).

Marenna (foto: Clovis Roman)

A pontualidade não foi o forte da festa com relação aos shows, lembrando de não ser um evento para ter uma hora exata para voltar para casa. Marenna começou seu set com pouco mais de 10 minutos de atraso, dando um espetáculo com sua formação completa, que conta com Rod Marenna (Vocal), Edu Lersch (Guitarra), Luks Diesel (Teclados), BIFE (Baixo) e Arthur Schavinski (Bateria). Posso dizer que das últimas apresentações da banda que tive o prazer em presenciar, essa foi a melhor, apesar de alguns problemas técnicos no som, que não interferiram muito na apresentação.

Setlist:

  1. Voyager
  2. Pieces of Tomorrow
  3. Out of Line
  4. You Need to Believe
  5. Too Young to Die
  6. Breaking the Chains
  7. Getting Higher
  8. Had Enough
  9. Wait
Stevie Rachelle (foto: Clovis Roman)

Por conta do atraso do Marenna, a apresentação de Stevie Rachelle [Tuff] se viu desfalcada por uma música. O show marcado para as 21h20, começou 21h45. Ainda não havia tido a oportunidade de assistir a uma apresentação do vocalista do Tuff, mas devo dizer que me surpreendi. O cara é muito carismático! Faz você ter vontade de acompanhar o show por completo. Distribuiu palhetas para o pessoal que estava na frente pro palco e até mesmo me alcançou a setlist na mão antes do final! Pediu para que não visse e não contasse para ninguém até terminar, foi o que fiz!

O repertório trouxe apenas quatro músicas do estupendo debut do Tuff, What Comes Around Goes Around (1991). Enquanto os petardos “Ruck a Pit Bridge” e “Good Guys Wear Black” agitaram a plateia, sons igualmente importantes como “Ain’t Worth A Dime”, “Spit Like This”, “Forever Yours” e, principalmente, “So Many Seasons”, fizeram falta. O tempo para um ato de abertura é limitado, por isto, a performance foi enxuta. Esta última, inclusive, constava no setlist, mas foi limada pelas questões de tempo previamente mencionadas. Outros momentos de brilho foram a dobradinha inicial com “God Bless this Mess” e “In Dogs We Trust”, do álbum Fist First (1994), e a bela balada “I Hate Kissing You Goodbye”. A cover do Judas Priest, “You’ve Got Another Thing Comin'” e a pataquada “American Hair Band” foram momentos de maior empolgação da plateia durante o set do “Tuff” de Stevie Rachelle, formado por músicos brasileiros.

Setlist:

  1. God Bless This Mess
  2. In Dogs We Trust
  3. Ruck a Pit Bridge
  4. Good Guys Wear Black
  5. I Hate Kissing You Goodbye
  6. Summertime Goodbye
  7. You’ve Got Another Thing Comin’ [Judas Priest]
  8. The All New Generation
  9. American Hair Band
Crazy Lixx (foto: Clovis Roman)

Não sei se foi a ansiedade de estar perto no palco, mas parece que o atraso do show (que começou quarenta minutos após o esperado) se tornou ainda maior. Ao abrirem as cortinas, não pude acreditar no que via. Demorou bons minutos para cair a ficha que a banda estava na minha frente, nem mesmo tocando nos cabelos sedosos do guitarrista Chrisse. A voz de Danny Rexon é idêntica aos discos e a atmosfera criada pela banda é envolvente e emocionante. Poder ter feito parte do uníssono que cantou suas músicas mais famosas é um sonho a ser realizado.

O Crazy Lixx é uma das (senão a) melhor banda de hard rock do cenário atual. Suas canções não ficam apenas no batido “Long Live Rock ‘N’ Roll”, com tudo na medida. A bateria pulsante, guitarras melódicas e frenéticas, junto ao vocal bem produzido, é uma banda feita para ser comerical, atendendo muito bem as expectativas. Senti muita falta das músicas mais “lado b” da discografia, até mesmo do single “Killer” na setlist, mas não podemos ter tudo na vida!

Crazy Lixx (foto: Clovis Roman)

Em todo caso, a despeito de uma seleção que poderia ter sido mais certeira, o Crazy Lixx entregou uma excelente amostra de sua atmosfera musical única e bastante festiva. Impossível passar incólume, por exemplo, por “Hell Raising Women”, uma das primeiras, com seu refrão grudento e andamento geral dançante – sem contar o trabalho primoroso das guitarras. A radiofônica “Silent Thunder” (tal qual sua irmã “Blame it on Love”) foi outra que brilhou como um relâmpago certeiro, enquanto “XII” marcou pela presença do vocalista com uma máscara vinda diretamente do filme Sexta-Feira 13. A duplinha “Anthem For America” e a foférrima “Never Die (Forever Young)” trataram se antecipar o fechar das cortinas, em grande estilo. A força do Crazy Lixx no palco é incrível, não a toa, atraíram um excelente público ao Jokers.

Setlist:

  1. Whiskey Tango Foxtrot
  2. Hell Raising Women
  3. Rock and a Hard Place
  4. XIII
  5. Silent Thunder
  6. Rise Above
  7. Sword and Stone
  8. Girls of the 80’s
  9. Walk the Wire
  10. Wild Child
  11. Two Shots at Glory
  12. Blame It on Love
  13. 21 Til I Die
  14. Anthem for America
  15. Never Die (Forever Wild)

Entrevistei Joél Cirera, agora não mais baterista do Crazy Lixx, e foi uma honra poder tirar fotos e cumprimentá-lo, assim como grande parte dos fãs fizeram assim que eles vieram junto a mesa de Merch para conhecer o público. Jens Anderssen baixista moreno, não ficou para ver, porém Jens Lundgren, o loiro guitarrista, fez questão de trocar conversa conosco, junto ao tímido Chrisse, que nos mostra como a energia do palco nos transforma.

Infelizmente, não pude ficar para ver o Sex ‘N’ Roll, a qual também estava muito animada para ver, por conta de motivos pessoais. Porém, já tive o prazer de presenciar sua apresentação na última edição da Zombie Walk, no dia 11 de fevereiro desse ano. A banda manda muito bem, agora sob nova formação, trazendo sons direto dos anos 80 e com músicas autorais de grande nível, sendo um ótimo tributo, junto a sua energia contagiante e visual hair metal que agrada muito.

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