[Resenha] Veil of Secrets: A nova empreitada doom metal de Vibeke Stene

Confira nossa resenha do disco do Veil of Secrets, Dead Poetry, com Vibeke Stene (ex-Tristania), lançado esta semana. O material foi gentilmente enviado, em primeira mão, pela Crime Records.

por Clovis Roman

Veil of Secrets é o mais novo projeto musical a contar com os vocais de Vibeke Stene, que ficou anos afastada do showbusiness após sua saída do Tristania, em 2007. Seus fãs já haviam criado expectativas com anúncios de que ela lançaria um disco, mas nada havia se concretizado até então. Para estes, Dead Poetry é um álbum que sacia as saudades da vocalista, que ainda canta de maneira sublime e encantadora. O parceiro dela neste projeto é Asgeir Mickelson, baterista do Borknagar, entre outros. Aqui, o cara compôs e gravou todos os instrumentos, tudo feito com destreza ímpar. Os vocais urrados no álbum foram feitos por Erling Malm (Endolith, Articulus) que também tocará guitarra ao vivo. O violino ficou a cargo de Sareeta (Ram-Zet, ex-Ásmegin).

The Last Attempt, o primeiro single, é análogo ao que Vibeke fez com o Tristania 15/20 anos atrás. Colocá-la como abertura do disco foi uma decisão sábia, afinal, apazigua as expectativas dos fãs e os prepara para o decorrer do extenso disco, com duração de 48 minutos divididos entre oito músicas. Aqui, entretanto, há vocais menos pomposos, sem aquela megalomania sonora do Tristania. Vibeke canta de maneira mais sóbria, contida, que potencializa a beleza inefável de sua voz.

Asgeir Mickelson, em comunicado para a imprensa, fez uma declaração que orienta o ouvinte quanto ao tipo de música oferecida pelo Veil of Secrets: “Para mim, existem apenas dois álbuns de doom metal reais, que são os clássicos do Candlemass ‘Epicus Doomicus Metallicus’ e ‘Nightfall’. Este estilo é meu ponto de partida quando se trata de escrever metal mais cadenciado, ou seja, músicas lentas com melódicas guitarra melancólicas e sombrias“.

Foto promocional do Veil of Secrets (Petter Sandell)

O disco conversa muito com o trabalho do Candlemass nos anos 1980: A intro de “Sear the Fallen” é Candlemass puro, quase uma reverência inspirada em “March Funebre”. Um dos riffs principais parece ter vindo do acervo de Mats “Mappe” Björkman, enquanto Vibeke canta por cima dele uma melodia diferenciada, arrastada, que dá ênfase ao peso das guitarras ao mesmo tempo que adiciona um toque melancólico. O instrumental se destaca por ser pesado e de fácil memorização, a despeito de ser arrastado.

A segunda parte de de Dead Poetry começa com “Fey”, outro doom majestoso de acordo com a proposta do grupo. Com um ar menos denso, “Remorseful Heart” é boa o suficiente para o ouvinte não se dispersar. O lado A se encerra com “The Lie Of Her Prosperity”, que mantém a qualidade e classe, com vocais mais fortes em determinadas passagens.

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A divisão entre lado A e B do álbum é notável pelo fato dos nomes das quatro primeiras músicas serem frases, enquanto que as quatro derradeiras contam com apenas uma palavra como título. A segunda parte vem com “Fey” e “Bryd”, ambas com riffs espetaculares. A sessão instrumental no final de “Fey” é brutal! Excêntrica, mais acessível – a despeito de ser a faixa mais longa de todas – e com flertes sutis de folk, “Meson” carrega a mesma amargura das composições que a precedem.

Encerrando um disco sólido, homogêneo e taciturno, “Entirety” reúne todos os elementos ouvidos até então, como uma epítome da obra. O material apresentado aqui é conciso, sem exageros operísticos e muito bem construído. O doom metal domina o trabalho, que se destaca tanto pelo histórico de Vibeke e Asgeir, quanto pela música em si.

A capa de Dead Poetry

Músicas:
1. The Last Attempt (5:24)
2. Sear The Fallen (6:51)
3. Remorseful Heart (5:28)
4. The Lie Of Her Prosperity (6:19)
5. Fey (6:32)
6. Bryd (4:27)
7. Meson (7:02)
8. Entirety (6:21)

Informações:
Site: https://www.veilofsecrets.com
Facebook: https://www.facebook.com/VeilOfSecrets

Compre: https://shop.crimerecords.no

Fotos: Petter Sandell/Assessoria

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