Exylle – Sangue nas Ruas
Material gentilmente enviado por Bradö Distro
Por Clovis Roman
Que paulada, meus amigos. Que paulada! A evolução do Exylle neste EP em comparação ao álbum anterior é perceptível de longe, em todos os sentidos. Com quatro músicas autorais e uma releitura do Ratos de Porão, Sangue nas Ruas os coloca alguns degraus acima dentro do cenário underground. Este registro é a estreia de dois novos integrantes: o guitarrista Winicius Rodrigues, que tocou em algumas bandas HC, e o baterista Isaac Murilo. Completam o time os “veteranos” Kevin Vieira (guitarra) e Victor Hugo (baixo e vocal).
Grupo conhecido por fazer os corres e sempre estar ativa, o Exylle deu um salto espantoso neste novo registro. A gravação está brutalmente melhor que o debut, assim como a mixagem e masterização, por Gio Fergom. Além disto, os vocais estão mais encorpados e efetivos, enquanto a parte instrumental está mais precisa e rica. Os riffs e solos são o complemento ideal de músicas que estão bem mais curtas e mais velozes. O thrash metal do quarteto curitibano foi lapidado, resultando em um petardo do mais alto calibre: Mais agressivo e ao mesmo tempo mais palatável.
A abertura com a paulada “Retrocesso Jamais” deixa claro de cara as novas diretrizes do conjunto. É rápida, com letras e português e com um feroz trampo de guitarras. A sequência com “Seu Brasil” faz o ouvinte pensar em como isto vai soar em cima do palco. A galera vai se quebrar sem só, pois além das partes rápidas há alguns riffs mais cadenciados, como no disco de estreia auto-intitulado. A assassina parte final remete ao Slayer dos anos 1990, simplesmente espetacular.
No quesito lírico, a piazada meteu a bicuda em geral, deixando o inglês de lado e apostando na língua pátria para criticar a ganância, a violência, as desigualdades sociais e o atual governo que se alinha com milícias e confunde conceitos básicos. Esta abordagem parece ser uma nova realidade no cenário curitibano, pois há mais bandas usando sua obra para protestar e se posicionar contra aquilo que discordam. Chega de letras sobre capeta.
A segunda parte do EP traz músicas que se aproximam mais do disco anterior: “Superioridade” tem andamento mais cadenciado e duração extensa (mais de cinco minutos). Porém, mesmo aqui tudo está muito mais aprimorado. A seguinte, “Sangue nas Ruas”, mistura estas abordagens, a antiga e a nova, com pitadas de death metal e até de grind, resultando em um petardo fulminante. O disco encerra com “Farsa Nacionalista”, uma cover bem feita do Ratos de Porão.
O resultado final deste CD é uma mescla de espanto e satisfação. O salto foi gigantesco, e eles caminham a passos largos para se tornarem uma referência do underground curitibano, e quiçá, nacional. Este trabalho é imperdível
Compre: https://www.bradodistro.com.br/produtos/cd-exylle-sangue-nas-ruas
Músicas:
- Retrocesso Jamais
- Seu Brasil
- Superioridade
- Sangue nas Ruas
- Farsa Nacionalista (Ratos de Porão)
Conheça a banda: https://www.instagram.com/exylle_official
Um comentário em “[Resenha] Exylle – Sangue nas Ruas”