Renan Lourenço – Inception
(material gentilmente enviado por Renan Lourenço)
Por Clovis Roman
Discos de guitarristas tendem a cair no campo do virtuosismo desenfreado e egocêntrico, afinal, eles são o foco da atenção. Porém há músicos de extremo talento e sensibilidade que conseguem criar e colocar no mercado um trabalho coeso, honesto e que passa um sentimento de unidade. Um desses casos é Renan Lourenço, que apresenta um trabalho primoroso no álbum Inception.
Gravado e produzido por Alexandre Bressan (3EM1 Studio – Londrina/PR), o disco conta com convidados especiais de peso. Um deles dá o ar da graça logo no começo da primeira faixa, “Mother Nature”, uma peça com ares progressivos e momentos lentos de extremo bom gosto. O timbre e o estilo são inconfundíveis: trata-se de Derek Sherinian, ex-tecladista do Dream Theater e Yngwie Malmsteen, que já tocou ao lado de monstros como Kiss, Alice Cooper e Billy Idol, que atualmente toca na megabanda Sons of Apollo. As intervenções do tecladista são sempre certeiras e até nostálgicas, ao lembrarem algo de Falling into Infinity, que ele gravou com o Dream Theater.
Outro convidado especial é Edu Ardanuy (ex-Dr. Sin, atual Sinistra) em “Pandemia”, faixa instrumental que teve como inspiração a dor, sofrimento, decisões equivocadas e suas devastadoras consequências, como explica o encarte. Aliás, cada faixa tem uma descrição, mesmo que nenhuma delas traga um vocalista. A inspiração pode ser trabalhada de muitas maneiras, e Renan aqui traduziu os sentimentos e abordagens com seu instrumento. Musicalmente, é energia pura, mais rock and roll, com performance excelente de Thiago Ueda.
A segunda faixa, “Dirty Channel” traz um duelo entre guitarra e gaita, numa pegada blues, no mínimo sensacional. Por sua vez, “Face Sem Ponta Não Fere Ninguém” traz nuances de MPB e Bossa Nova, em um capítulo mais sereno e introspectivo. Em menor escala, “La Inspiracion” tem uma pegada na mesma linha, Nascido em 1991, em Ibiporã/PR, o músico iniciou os estudos em música aos 14 anos, com o guitarrista e professor Wander Lourenço, que aparece aqui em “La Inpiracion”, cujo título pode ser uma referência àquele que o ensinou lá no começo. O trabalho da bateria aqui, a cargo de Bruno Pamplona, é espetacular, assim como os solos. Sobre Ardanuy, nem precisa comentar.
Uma intro bastante Deep Purple abre “Influence”, apoiada nos teclados de Fabrício Martins. Com o decorrer da canção, o hard rock predomina e Renan brilha com solos precisos, com feeling e muita técnica. O segmento final é de extremo bom gosto. Este termo é notado em todo o disco, e “Real Life Dream” é um exemplo: a fim de deixar a audição sempre empolgante, a faixa traz sonoridades de acordeão (por João Salles), sempre muito bem encaixado e enriquecendo a experiência.
Levando o ouvindo para o final, vem a faixa-título , “Inception”, repleta de partes intrincadas, mudanças e referências. Instigante. A pequena “Tão Perto, Tão Longe”, com seus dois minutos de duração, abaixa a energia em uma bonita peça ao violão, com belos acordes e melodias, sem qualquer acompanhamento instrumental. Um final sublime para um CD irretocável.
A predominância é de sons mais extensos, porém tudo é tão bem organizado e desenvolvido que em momento algum a audição cansa. Um trabalho essencial para fãs de guitarristas e de hard rock como um todo. Porém, como aqui há referências de vários estilos, agradará um público ainda mais amplo. Vai sem medo.
Músicas
- Mother Nature
- Dirty Channel
- Faca Sem Ponta Não Fere Ninguém
- La Inspiración
- Pandemia
- Influence
- Real Life Dream
- Inception
- Tão Perto, Tão Longe
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